Pergunta de Marcelo Justo (BBC) sobre a relevância dos ” Panama Papers” e seu comentário para colocar em contexto:

“… Há um grande escândalo de mídia, um monte de títulos, etc, mas, na verdade, ainda não há grande coisa sobre os paraísos fiscais, embora eles são um problema por algum tempo”

Resposta de Jorge Gaggero, da Red de Justicia Fiscal de América Latina y el Caribe:

“Os “Panama Papers” parecem acrescentar quantidade de novos casos de empresas”offshore “com sede em “paraísos”/”jurisdições de sigilo” em vez de qualidade, ou seja, novo conhecimento substancial, para o que já é conhecido nos últimos anos a partir de múltiplas denúncias: Hervé Falciani (França), Hernan Arbizu (Argentina), Rudlof Elmer (Suíça) e muitos outros.

Desde que Angela Merkel, Sarkozy e Strauss Kahn prometeram “dinamitar” essas “jurisdições de sigilo” no início da última crise global (2008), nada de substancial foi feito, nem mesmo uma estratégia de longo prazo foi delineada para resolver este problema substancial da economia global.

A explicação parece simples: a “irmandade anglo-saxónica” controla a maior parte do fluxo opaco e inominado de capitais a partir de seus núcleos financeiros em Nova Iorque e Londres, as cabeças da uma extensa rede de “paraísos” que os abastecem.

Será por isso que entre as tantas revelações até agora produzidss pelos “Panamá Papers” não haja nenhum relevante político, juiz ou empresário norte-americano envolvido? Nem, exceto o “pai” de Cameron, nenhum britânico.”