O Brasil ainda é dos países mais desiguais do mundo e o seu sistema tributário espelha ou amplia essa distorção mas raramente isso era discutido. Não era um debate que interessasse, naturalmente, aos mais ricos e talvez nem às autoridades federais e analistas – que preferem se vangloriar da redução da concentração de renda medida sem ponderar estatísticas fiscais, na linha das pesquisas recentemente difundidas por Piketty. Se em todos os países, os dados do imposto de renda mostram que nem todas as rendas no topo da pirâmide são declaradas ou contadas em pesquisas censitárias, o que dizer do Brasil em que muitos desses trabalhadores viraram empresas individuais. Já passou a hora desse debate, inclusive antes de propor alterar a legislação, precisamos ampliar e melhorar o diagnóstico.

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