Na próxima terça-feira, dia 25, às 19 horas, na Livraria Cirkula (Av. Osvaldo Aranha, 522 – Porto Alegre), ocorrerá o lançamento da edição especial, revista e ampliada, de A Riqueza Desmistificada, obra do Prof. Antônio David Cattani, da Sociologia da UFRGS, e associado ao Instituto Justiça Fiscal. Atualmente, é o 1º Vice-Presidente do Instituto.
Precedida de uma nova apresentação destacando as dimensões políticas da concentração de renda, esta obra analisa na primeira parte, as controversas dimensões da riqueza econômica concentrada, fenômeno que se reproduz em escala planetária e que está na origem da mega crise que se avizinha. Na segunda, analisa as peculiaridades da concentração de renda no Brasil: privilégios para os muito ricos, impunidade, falsa meritocracia etc.
A obra aborda aspectos da concentração de renda raramente considerados na literatura contemporânea. O autor procura desmistificar a posse de somas estratosféricas de riqueza como sendo o resultado do mérito pessoal e da eficiência empresarial. A riqueza possui uma dupla dimensão de totem e tabu; objeto de temor e veneração e, também, objeto incógnito e inacessível. A riqueza arcana é envolva em véus de mistério e mistificação. Na primeira parte, se antecipando às conclusões de Thomas Piketty em O Capital no Século XXI, o autor analisa o fenômeno do crescimento de multimilionários como um processo global, associado à desregulamentação financeira e à globalização sem controles. Os ricos são capazes de pagar proporcionalmente menos impostos que os contribuintes com menores rendas, de proteger sua riqueza graças à utilização de paraísos fiscais, permanecendo blindados a qualquer tentativa de impostos sobre as grandes fortunas. Na segunda parte, o autor analisa as especificidades do caso brasileiro, indicando as raízes históricas da concentração da renda e da propriedade. Tanto no caso internacional como brasileiro, os multimilionários desenvolvem estratégias específicas para proteger seus privilégios e assegurar a impunidade. O lado escuro dos ricos fica escondido pelo mito da meritocracia. Heranças, efeitos de poder, fraudes e outras modalidades de crescimento da riqueza estão na origem de uma grande das fortunas pessoais e explicam porque o Brasil é um dos países mais desiguais do mundo.