CUT-RS promoveu encontro de formação sobre tributação e injustiça fiscal no último sábado.

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A Secretaria de Formação da CUT-RS realizou no último sábado (29), das 9h às 12h, o encontro do mês de agosto sobre “A questão tributária em nosso país: injustiça fiscal e como os pobres financiam os ricos”? A atividade foi novamente virtual, através da plataforma Zoom, e contou com a participação da presidenta do Instituto Justiça Fiscal, Maria Regina Paiva, e o primeiro vice-presidente da mesma entidade, Dão Real Pereira dos Santos.   

“Precisamos preparar os dirigentes das entidades filiadas à CUT para os próximos desafios do movimento sindical e, neste sentido, as novas tecnologias vêm contribuindo para atingirmos um público cada vez maior”, explica a secretária de Formação da CUT-RS, Maria Helena de Oliveira. “Estamos conseguindo envolver dirigentes sindicais que de outra forma não participariam dos cursos de formação por questões de transporte e outras tarefas nas cidades onde residem”, analisa.

Conta dos ricos é paga pelos trabalhadores

Para Maria Helena, “é importante que os trabalhadores e as trabalhadoras entendam que quem paga a conta dos mais ricos no Brasil é a classe trabalhadora e que os nossos impostos é que financiam políticas e serviços públicos ofertados à população, como o Sistema Único de Saúde (SUS). O que não é justo é que os pobres paguem tributos, enquanto os ricos não são taxados de acordo com o seu patrimônio”, aponta.

Ela considera fundamental que os dirigentes sindicais compreendam quem são os mais prejudicados pela injustiça fiscal. “Vem por aí reformas tributárias, tanto na esfera nacional como estadual, e nós precisamos estar preparados para debater o tema com a base e a sociedade”, avalia.

A presidenta do Instituto Justiça Fiscal também é auditora fiscal aposentada da Receita Federal.  Idealizadora da campanha “Reforma Tributária Solidária”, ela alerta que o Brasil possui uma taxação de patrimônio e renda muito inferior a cobrada em outros países, como EUA, Canadá e Inglaterra. “Aqui a alíquota máxima de 27,5% é bastante inferior à média de nações desenvolvidas, acima de 40% ou até 50%”, exemplifica Maria Regina.

42 bilionários brasileiros lucram R$ 175 bilhões na pandemia

Pesquisa recente publicada pela Oxfam Brasil revelou que 42 bilionários brasileiros tiveram, durante os cinco meses da pandemia, aumento de suas riquezas em mais de R$ 175 bilhões, valor superior a todo o orçamento da Saúde para 2020.

“O setor financeiro, que vem comemorando recordes de lucros, mesmo em período de crescimento negativo do PIB, também está sendo chamado a contribuir com uma elevação da alíquota tributária”, defende Dão Real, que vê a carga tributária “sufocar os pequenos comerciantes, enquanto o sistema financeiro forra os bolsos de dinheiro”.

Ele defende uma reforma tributária progressiva com a criação de impostos sobre as grandes fortunas, a taxação de lucros e dividendos, a correção das distorções no Imposto de Renda, a revisão dos benefícios fiscais e o combate à sonegação, dentre outras medidas importantes para tornar a tributação mais justa no Brasil.

Fonte: CUT-RS