A prova cabal da regressividade do imposto de renda no Brasil ou, afinal, quem mais paga IRPF no Brasil?

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Analisando as Declarações de Imposto de Renda entregues no ano passado (DIRPF 2019), considerando o Rendimento Total dos declarantes (isto é, somando rendimentos tributáveis, sujeitos à tributação exclusiva e isentos), é possível perceber quem paga efetivamente mais IRPF:

A tributação é mormente concentrada no extrato de rendimentos totais que varia entre R$ 12 a 35 mil mensais. Ou seja, para rendimentos superiores a essa faixa, vemos a tributação efetiva do IRPF cair.

A título comparativo:
Quem recebeu em média R$ 15 mil por mês, pagou aprox.: 10%
Quem recebeu em média R$ 100 mil por mês, pagou aprox.: 5,45%
Quem recebeu em média R$ 1 milhão por mês, pagou aprox.: 1,91%

(alíquota efetiva) 


Ou seja, quem ganha mais de R$ 1 milhão por mês paga, em média, 5 (cinco) vezes menos IRPF que aqueles que recebem entre R$ 15-35 mil por mês.
 
O último extrato representa pessoas que ganharam mais de 320 salários mínimos por mês em 2019. São 26.099 declarações, que apresentam rendimento anual médio de R$ 12.123.461,04 – sendo que, em média, 2/3 (dois terços) desse valor não está sujeito à tributação do IRPF (isenção).

O estudo foi realizado pelo Prof. Rafael Köche com base no Relatório: “Grandes Números das Declarações do Imposto de Renda das Pessoas Físicas”, disponibilizado pela Receita Federal em: http://receita.economia.gov.br/dados/receitadata/estudos-e-tributarios-e-aduaneiros/estudos-e-estatisticas/11-08-2014-grandes-numeros-dirpf/grandes-numeros-dirpf-capa