O associado do IJF, Guilherme Morlin, economista, 23, participou do Primer Encuentro Latinoamericano para periodistas sobre flujos ilícitos, em Lima nos dias 16 e 17 de maio. O evento foi organizado pela Latindadd e pelo jornal peruano Convoca.
Todos os anos os Estados perdem bilhões de dólares em arrecadação por causa dos fluxos ilícitos de capitais promovidos por meio do faturamento indevido de transações comerciais internacionais, pela contratação de serviços ou de empréstimos internacionais ou por meio da abertura de empresas em paraísos fiscais. Países da América Latina têm sido prejudicados pela evasão de tributos relacionada aos fluxos financeiros ilícitos, o que reduz a disponibilidade de recursos para políticas públicas e para a promoção do desenvolvimento, bem como aumentam a vulnerabilidade às dívidas externas.
O evento voltado a jornalistas que dão cobertura às problemáticas relacionadas aos fluxos ilícitos, aos paraísos fiscais e ao caso específico dos Panama papers, promoveu a troca de informações e experiências acerca da cobertura jornalística desses temas. Foram identificados, ainda, os empecilhos existentes atualmente para a cobertura desses assuntos. O objetivo é promover a divulgação de questões tão relevantes e fortalecer o debate sobre os fluxos ilícitos na sociedade. Uma das mesas do evento expunha resultados de pesquisas realizadas a partir de entidades da sociedade civil, na qual foi apresentada pesquisa recente do IJF, realizada por Guilherme Morlin, sobre a prática de preços de transferência nas exportações brasileiras de minério de ferro. De fato, os dados revelam que sistematicamente há uma significativa diferença entre os preços praticados nas exportações de minério de ferro e os preços de cotação internacional do minério, indicando a transferência de recursos ao exterior implicitamente. Tal transferência totalizou 26% do montante exportado no período de análise (2009-2014), o que representa US$ 36 bilhões.