IJF participa da Tax Rail Tour organizada pela Oxfam, Christian Aid e outras ONGS

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O associado Marcelo Oliveira está representando o IJF na Tax Rail Tour, evento co-organizado pela Oxfam Intermon, Christian Aid e outras 17 organizações não governamentais. O objetivo do projeto é levar as visões de ativistas internacionais pela Justiça Fiscal para sensibilizar o público em geral e as autoridades tributárias e políticos, bem como aos ativistas europeus, acerca dos efeitos que os paraísos fiscais e as políticas e práticas tributárias de concentração de renda tem sobre suas nações. Trata-se de um problema internacional que deve ser enfrentado por todos aqueles que buscam sociedades mais harmonicas e justas.

Além do associado Marcelo, participam 9 ativistas de outras nacionalidades: um argentino, que com Marcelo representa a América Latina, e 8 africanos originários da Nigéria, Malawi e Zambia. Alguns ativistas africanos tiveram problemas com vistos e incorporar-se-ão ao tour mais tarde.

São 3 roteiros, passando por vários países. O roteiro de Marcelo, que é acompanhado por Tilvas Ngaso, do Zambia, começou  por Madrid, passará por Paris e Amsterdam e terminará em Bruxelas, onde os dois encontrarão os participantes dos outros 2 roteiros. Nesta 2ª feira, Marcelo participou de uma reunião da Oxfam Intermon e Observatório de Transparência Corporativa com representantes do Banco Bilbao Vizcaya Argentaria – BBVA, oportunidade em que se comentou o rascunho de um relatório acerca da responsabilidade corporativa realizado pelo Observatório de Transparência Corporativa relativo às contas de 2014 do BBVA.

À tarde, Marcelo e Tilvas tiveram um encontro a Subdiretora General de Fiscalidad Internacional da Dirección General de Tributos, oportunidade em que expuseram a importância dos Relatórios País-a-País a serem realizados pelas transnacionais como instrumento de coibir a evasão fiscal. Na qualidade de servidor da administração tributária federal brasileira, Marcelo pode expor com facilidade o significado dessas informações e contrapôs o argumento de que os dados não deveriam ser tornados públicos e apenas manejados pelos técnicos “que possuem capacidade para interpretar corretamente os números”,  ao afirmar que não se pode deixar a sociedade alijada do conhecimento e do debate tributário apenas porque muitos não detêm o conhecimento, mas que a sociedade tem condições de ser representada por aqueles instrumentados a quem ela confiou sua representação.

À noite, ocorreu um debate na Universidade Complutense com a participação de Marcelo e Tilvas, de uma jornalista responsável pela divulgação dos Panamá Papers na Espanha, pelo diretor da organização Economistas sem Fronteiras e pelo delegado de governo de Economia e Fazenda de Madrid. Além do escândalo dos Panamá Papers, tratou-se da questão das práticas abusivas de planejamentos tributários e seus efeitos para o orçamento público, os mecanismos criados que geram a concentração de renda e o aumento da desigualdade, sobre algumas propostas para solução do problema dos paraísos fiscais. Marcelo questionou, ainda, “quantos novos escândalos serão necessários até que a comunidade internacional de fato enfrente a problemática? Afinal, recentemente ocorreram o Swiss Leaks, os dados do francês Falciani sobre o HSBC, agora os Panamá Papers e existem cerca de 75 paraísos fiscais!”

Nesta 3ª feira, Marcelo esteve em Valência, onde debateu acerca dos efeitos de um sistema tributário regressivo e sobre a desigualdade enquanto Tilvas foi a Málaga em outra programação.